
“Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti” (Is 60,1-2 – 1ª leitura da Epifania do Senhor)
Isaías convoca os cidadãos de Jerusalém, o povo de Deus que retornou no exílio da Babilônia, a recobrarem a força, o ânimo e a disposição; a se colocarem de prontidão, pois são chamados pelo Senhor a ser luz, a dissiparem as trevas da vida, pois a Luz do Senhor veio sobre eles e a verdadeira luz resplandeceu em plena escuridão.
Mas o profeta, principalmente, convoca os remanescentes de Israel a serem luz para os povos, que sejam como que espelho refletindo a luz do Senhor que está sobre eles, os filhos da promessa, para que muitos possam se achegar ao Senhor, como foi a promessa feita a Abraão, “farei de ti um grande povo”. Contudo os judeus compreenderam que todos os povos tinham que se converter aos seus costumes, ao seu modo de vida, às suas leis... esqueceram que deveriam ser sinal para que os povos encontrassem o Senhor, e não fossem dominados pelo reino de Israel.
Contudo, quando Deus, na sua infinita Providência, decide enviar seu Filho “nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva” (Gl 4,4-5), Ele quer manifestar (epifania) a todos os povos seu grande Amor pela criação, seu desejo de reunir num só povo todas as nações, onde não haja mais divisão entre escravos e livres, judeus e estrangeiros, mas sim “todos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo” (Ef 3,6 – 2ª leitura da Epifania).
Na epipháneia – que significa manifestação, aparição, revelação – celebra-se a ação de um Deus-Pai amoroso que para salvar a todos envia seu Filho com a grande luz (estrela) que iluminará o caminho de todos os povos para que se encontrem com o Deus-criador. Luz que iluminou a noite dos pastores, luz que guiou os magos do Oriente, luz que nos oriente e conduz ao mistério de Belém, a casa do pão, onde todos podem se achegar.
A epifania de Deus, não se dá a partir de sinais escandalosos, mas sim num recém nascido, Deus mostra ao mundo o seu maravilhoso Amor por todos. Essa pequena luz que se acendeu em Belém, e que pessoas de tão longe perceberam, iluminou todos os povos: os do passado, do presente e os do futuro. Não só iluminou, mas aqueceu o coração de todos, para que chegando a Belém não vejam somente o Menino, mas se encontrem com o Salvador, Emanuel-Deus conosco!
Pe. Leonardo Henrique Piacente
Fonte:Fraternidade O Caminho
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