Servir não importa onde

A grandiosidade da evangelização passa por um coração simples e humilde

Hoje quero hoje falar um pouco sobre o tema: "Deus nos chama ao serviço". Para isso, quero partilhar um pouco sobre meu ministério de música. Desde os meus 11 anos toco na igreja, sou apaixonado por Deus, pela Igreja Católica e pela música. E assim, sempre atendendo ao chamado de Deus para mim, atuo há vários anos como ministro de música na Igreja. Quantos grupos de oração, quantos shows e quantos artistas já acompanhei tocando com eles! E quantas Santas Missas já animei!

Mas nessa eu vivi algo inédito. Fui convidado pelo"Revolução Jesus" para animar uma galera que iríamos acompanhar pela cidade de Madri, levando-a às catequeses, shows e atividades que seriam realizadas na jornada. E foi me recomendado que eu levasse o violão.


Consegui um violão, podemos dizer que em condições de tocar e fomos para Madri. Chegando lá, depois de reunir a galera, no primeiro dia, deixei o violão no lugar em que estávamos hospedados e fomos para a catequese. Após a catequese, fomos a uma exposição do Beato Pier Giorgio.Ali em um momento profundo de adoração ao Santíssimo Sacramento, eu estava sem o violão e precisamos cantar, soltei a voz e cantamos. E posso dizer: ali Deus pôde realizar muito já em nossos corações, no meu, por exemplo, veio um desejo enorme de ser santo. Mas Deus me deu um puxão de orelhas: "Cadê o violão?" Eu o tinha deixado no local em que estávamos hospedados.

No outro dia, não perdi tempo, coloquei o violão no peito e saí pelas ruas, cantando, tocando, com uma galera junto, e fizemos muita, mas muita festa e envolvemos o povo, cantamos em línguas, mas não utilizando o dom do Espírito, cantamos em diversos idiomas (ou, pelo menos, nos que sabíamos cantar), enrolando palavras, falando outras de forma errada, mas quando vimos estávamos em um vagão de metrô com australianos, brasileiros, franceses, espanhóis, cantando em inglês.


Deus falou fortemente naquele momento no meu coração. Não dá mais para esperarmos os palcos, sons, microfones, precisamos evangelizar, e nós músicos precisamos cantar, tocar, falar de Deus. Claro, não de qualquer forma, mas não podemos mais ficar escolhendo os lugares que vamos tocar, os shows que vamos fazer. Com isso, não estou criticando nada nem ninguém, mas estou refletindo: "Será que estou sendo seletivo? Será que estou escolhendo onde quero tocar?". Para isso [ser seletivos], meus irmãos, não precisamos ser famosos. Nas nossas paróquias e grupos, será que queremos ir aos locais mais cheios, aos que mais nos beneficiam? Naqueles em que há melhor som, acústica e acabamos deixando de lado almas e pessoas para evangelizar?

Não quero dizer com isso que, a partir de agora, é para "bater de frente" com padres, coordenadores; não é isso, é uma reflexão, uma mudança mais de pensamento do que de realidades.

Deus me deu, em Madri, jovens (público), instrumento (violão que mal dava para afinar), microfone (voz), palco (praças, metrô, etc). Onde parávamos tínhamos o que tocar, clamávamos o Espírito Santo. É isso, ministro de música: evangelizar seja onde for. Não estou dizendo para você sair por aí tocando nas praças e esquinas, nem estou justificando a falta de comprometimento de muitos na hora da organização de eventos. Não quero com isso dizer aquela frase muito conhecida: “Ah! É para Deus”, quando as pessoas encobertam seus erros e sua falta de zelo pela Igreja, pelo povo e pela música. Mas sim que perceba a realidade, reze, seja um ministro e um ministério de oração, buscando a santidade, para que, a cada convite, o Espírito lhe dê a ciência do que deve ser feito. A grandiosidade da evangelização passa por um coração simples e humilde, por músicas de acordes simples ou de acordes complexos, mas executada por um músico dedicado e ungido. 



Fonte: CN

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